Novo Barca-Velha chega acima de 400 euros e com selo antifalsificação

Quase uma década depois da “excecional” vindima na Quinta da Leda, a Sogrape coloca no mercado as 30 mil garrafas do Casa Ferreirinha Barca-Velha 2011. É apenas a 20.ª colheita de um dos mais icônicos vinhos portugueses.

1952, 1953, 1954, 1955, 1957, 1964, 1965, 1966, 1978, 1981, 1982, 1983, 1985, 1991, 1995, 1999, 2000, 2004, 2008 e 2011. Desde a década de 1940, quando Fernando Nicolau de Almeica começou a idealizar um vinho tinto do Douro que tivesse a mesma filosofia de qualidade e de guarda dos Porto Vintage, só vinte colheitas de Barca-Velha foram lançadas pela Casa Ferreirinha.

Com um atraso de cinco meses devido à pandemia de covid-19, a mais recente edição do mais mítico vinho duriense chega às principais lojas da especialidade e restaurantes de referência no início de outubro. Precisamente nove anos depois da “excecional” vindima de 2011 na Quinta da Leda, berço deste vinho, que o criador Luís Sottomayor, chefe de enologia há 13 anos, aponta como “um dos melhores de sempre” na mais antiga região demarcada do mundo.

Engarrafadas a 6 de maio de 2013, depois de um período de maturação de cerca de 18 meses em barricas de carvalho francês, as cerca de 30 mil unidades do Barca-Velha 2011 superaram o teste do tempo em garrafa e são agora lançadas pela Sogrape com uma “enorme carga emocional”, nas palavras do presidente, Fernando da Cunha Guedes, “pela viagem que este vinho propõe e pela ansiedade de desvendar e saborear a obra resultante de tão longa espera”.

Ao Negócios, fonte oficial da maior empresa portuguesa de vinhos, que detém a Casa Ferreirinha desde 1987, assinalou que “não define PVP recomendado indicativo e não vinculativo” para esta marca. “O mercado é livre de estabelecer preços, mas dada a evolução desde o lançamento do último em 2016 (colheita de 2008), estimamos que o Barca-Velha 2011 chegue ao mercado com um preço superior ao que se verificou à época, de 400 euros”, acrescentou.

Outra novidade é que esta edição do ex-ex-líbris da Casa Ferreirinha, um dos mais apetecíveis no mercado global e alvo de sucessivas tentativas de contra facção, inclui uma solução inovadora para assegurar a autenticidade. O selo desenvolvido pela Imprensa Nacional – Casa da Moeda está colado sobre a cápsula e o vidro, no gargalo da garrafa, e o grupo sediado em Vila Nova de Gaia diz que “combina um conjunto de tecnologias que podem facilmente atestar a sua autenticidade com um leitor de QR code / código de barras”.

“Apogeu” daqui a uma década

Se está a pensar comprar um exemplar, pode bebê-lo de imediato, pois está pronto a consumir. Porém, a Sogrape, que em 2019 faturou 257 milhões de euros, assinala que tem um longo potencial de guarda e evolui positivamente em garrafa, que deverá ser mantida deitada. O “apogeu” é estimado para 15 a 20 anos após a colheita, prevendo-se, contudo, que se mantenha vivo por um período até hoje indeterminado.

E quando finalmente chegar aquele momento especial de abrir esta garrafa, na véspera não se esqueça de a colocar na vertical. Abra-a duas a três horas antes – o vinho, com 14,5% de álcool, deverá ser cuidadosamente decantado para separar o sedimento natural – e sirva à temperatura ideal a rondar os 16ºC a 18ºC.

 

 

FONTE: https://www.jornaldenegocios.pt/


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