Os consumidores habituais de vinhos provavelmente já ouviram a palavra sulfito e se perguntaram o que seria isso, qual sua relação com os exemplares e com a saúde de quem os consome.
Sulfitos é o nome dado ao grupo de substâncias conservantes legalmente utilizadas na produção de vinhos. Além deles, vários outros aditivos também são autorizados, como acidulantes, antioxidantes e estabilizantes.
Entre os conservantes, os autorizados pela legislação brasileira são o ácido sórbico – INS 200 – e seus sais, e o mais comumente encontrado, o dióxido de enxofre (ou anidrido sulfuroso ) – INS 220 – e seus sais.
Tanto para os vinhos produzidos no Brasil quanto para os importados, a informação da presença de conservantes é exigida pela nossa legislação. Podemos encontrá-la com frequência no contra rótulo das garrafas, geralmente, expressa pelas palavras “conservante” ou “conservador” seguidas do nome do aditivo, por exemplo: Conservante: Dióxido de Enxofre INS 220.
As legislações de diversos países também exigem essa informação, então, poderemos encontrar nos rótulos expressões que indicam a presença de conservantes, como “Contains Sulfites”, em inglês.
A razão dessa obrigatoriedade é a existência de pessoas sensíveis ou alérgicas a esses produtos, podendo ter reações adversas muito desagradáveis. No caso do dióxido de enxofre, as ocorrências mais notificadas são ataques asmáticos e urticária. Contudo, os sensibilizados ou alérgicos constituem uma pequena parcela da população.
A concentração máxima de sulfitos que um vinho pode ter, segundo a lei, é 0,035g por 100ml, e a IDA (ingestão diária aceitável) segundo o Joint Expert Committee on Food Additives (JECFA), cujas recomendações o Brasil segue, é 0,007g por kg de peso corpóreo.
Para se ter uma noção, uma pessoa com 70kg de peso corpóreo poderia consumir até 0,49g deste composto por dia, ou seja, o que aproximadamente estaria contido em cerca de 2 garrafas de vinho (750ml cada). Portanto, pessoas não sensíveis ou não alérgicas, com consumo diário abaixo dessa quantidade de garrafas, não deverão ter a saúde afetada.
Se por um lado, o dióxido de enxofre não represente sério risco à saúde, por outro, ele é de suma importância na produção da nossa bebida favorita, sendo usado em pequenas quantidades durante todo o processo de produção, desde a colheita das uvas até o engarrafamento.
Durante essas fases, ele tem várias utilidades, seja por sua ação antimicrobiana ou por atuar no controle do escurecimento enzimático e não enzimático, além de servir também como antioxidante, redutor e clarificante.
Ainda não foi descoberto um substituto à altura para esse conservante, que já é usado desde há algumas centenas de anos e, embora existam vinhos produzidos sem esse aditivo, os “sulfite-free”, eles são uma parte mínima de todo o volume da produção mundial.
Agora que você já sabe tudo sobre os conservantes, se você não pertence ao grupo de pessoas que devem dar uma atenção especial à presença dos sulfitos, divirta-se sem medo!
Fonte: Sommelier Wine
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