Sobre velhos e jovens!

 

 

Tem gente que melhora com o tempo. Tem vinho que também é assim… Mas a juventude e a velhice, em si, não são qualidades nem defeitos. Nem em pessoas, nem em vinhos. São apenas características. É pura especulação analisar alguém ou algum vinho simplesmente por sua idade.

Existem vinhos fantásticos produzidos para serem degustados, necessariamente, quando jovens. Outros precisam, sim, de alguns anos de vida para atingir sua maturidade e equilíbrio, mostrando toda a sua complexidade de aromas e sabores. E, tanto um caso como outro, são a minoria. O melhor exemplo de um vinho que precisa da juventude para ser apreciado é o Beaujolais Nouveau, um vinho fresco e frutado produzido na França com a uva Gamay. Já um italiano Barolo Riserva, por exemplo, necessita de mais de 10 anos (às vezes 20) após a colheita, para alcançar seu apogeu e oferecer o seu melhor.

E, como os vinhos são realmente diferentes, as regras impostas pelos conselhos reguladores, para cada um deles, também são diferentes, é claro! Enquanto um Beaujolais Nouveau é produzido em apenas 10 semanas, podendo ser comercializado, portanto, menos de 3 meses após a colheita das uvas, um Barolo Riserva só pode ser comercializado após 5 anos de envelhecimento, sendo pelos menos 3 deles em barris de carvalho.

Mas agora chega de extremos. E a grande maioria dos vinhos?

A grande maioria dos vinhos é posta à venda quando já está no ponto certo para a degustação. Ou seja, se o produtor deixa determinado vinho por determinados meses amadurecendo em carvalho, ou envelhecendo na garrafa, antes de ser disponibilizado no mercado, é porque seu enólogo julga que esse é o tempo necessário para que esse vinho esteja suficientemente equilibrado para satisfazer nosso paladar.

E, esses mesmos vinhos que compõe a grande maioria, não devem esperar décadas para serem apreciados. Na dúvida, o ideal é consumi-los, na média, em até 5 anos após terem sido engarrafados. Se você resolver guardar um vinho que não seja de guarda, por tempo demais, pode ser que encontre na sua taça um vinho em declínio, ou até mesmo já fraco e flácido.

Se você estiver na dúvida sobre esperar, ou não, para abrir determinada garrafa, pense que ninguém melhor que o próprio produtor, para dar essa resposta! Não tenha receio de contatá-lo, esse é um procedimento mais comum do que se pensa. Isso tudo para reforçar que é uma bobagem dizer que a regra é, sempre, quanto mais velho, melhor o vinho! Além disso, existe uma questão de gosto pessoal. Enquanto franceses apreciam tintos de Bordeaux na sua juventude, os ingleses preferem degustar esses vinhos quando eles já estão mais maduros.

Enquanto alguns apreciam taninos mais agressivos, outros preferem vinhos mais macios. Assim é a vida. Na prática, o que interessa, é o gosto de cada um.

Para encerrar, lembre-se que vinhos que serão consumidos em breve precisam de cuidados diferentes daqueles que serão guardados por longos períodos.

Fonte: Tintos e Tantos


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